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De olho na China, avicultura espera por bom 2020
20/12/2019

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Arquivo/OP Rural

Um dos mais importantes setores do agronegócio nacional teve muitos altos e baixos no decorrer do ano. Por conta disso, as expectativas para 2020 são cada vez maiores, especialmente devido ao grande consumo de carne de frango vindo de países asiáticos, especialmente a China. Para fazer uma avaliação de como o setor se comportou e o que esperar para o próximo ano, O Presente Rural conversou com o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Acompanhe!

O Presente Rural – Pode fazer um panorama geral de como a avicultura se comportou neste ano?

Ricardo Santin – Diferente das tempestades dos últimos dois anos, a avicultura em 2019 seguiu passos mais sólidos. Por um lado, custos competitivos, embora elevados, mantiveram-se em níveis sustentáveis para o setor. Por outro, o mercado internacional aumentou a demanda por produtos e há a perspectiva da retomada econômica do Brasil, que deve influenciar o consumo interno.

OP Rural – Como está atualmente a avicultura nacional?

RS – As exportações seguem um fluxo positivo, em grande parte estimuladas pelas vendas de carne de frango para a China. A crise sanitária no mercado chinês impactou não apenas as exportações de carne suína, como também de aves do Brasil. O país asiático assumiu a liderança entre os importadores de proteína animal do Brasil e fortaleceu, também, o fluxo de produtos brasileiros para o mercado internacional. Outros mercados também estão em ritmo crescente, especialmente na Ásia e Oriente Médio.
No mercado interno, a oferta segue ajustada graças à demanda internacional. Espera-se um quadro ainda mais favorável para o setor com a retomada econômica.

OP Rural – Até o final do ano, o que os agentes do setor podem esperar?

RS – Esperamos que o quadro se mantenha nos atuais patamares de oferta, demanda e custo estável e com leve aumento das exportações até o fim do ano.

OP Rural – Podemos dizer que este ano foi melhor que os anteriores?

RS – Este foi um ano bastante positivo. Foi melhor em termos de demanda por produtos, de ganhos cambiais com exportação. Foi estável em consumo per capita. E foi um pouco mais oneroso em termos de custos de produção. Entretanto, na equação de consumo, exportações e custos, encerraremos 2019 com saldo positivo.

OP Rural – Quais são as perspectivas de mercado para a avicultura? O que esperar para 2020?

RS – A China deve continuar a ser o principal player da demanda mundial por proteínas, e a carne de frango brasileira está entre as principais beneficiadas.
No mercado interno, o setor está bastante confiante quanto à retomada econômica e crescimento superior a 2%, com o fortalecimento do consumo per capita de carne de frango.
Em termos de custos, esperamos manter os patamares atuais de oferta de milho e de soja, tendo o mercado regulado pela oferta de grãos de nossos países vizinhos – Paraguai e Argentina.

OP Rural – Acredita que a nova fase da Operação Carne Fraca que foi desencadeada pode afetar o setor de alguma maneira, como aconteceu anteriormente?

RS – Ficou demonstrado que houve total colaboração da empresa na operação – que teve a iniciativa voluntária de apresentar os elementos para a investigação – corrobora com o novo momento do setor produtivo. Os intensos programas de compliance setorial posicionaram o setor produtivo em uma nova posição, de total transparência e conformidade. Independente disso, não há e nunca houve problemas de qualidade e sanidade dos produtos brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
Créditos da Imagem: Arquivo/OP Rural