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Custos fazem produção de frango recuar no RS e podem trazer novos reajustes à carne
14/07/2021

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Custos fazem produção de frango recuar no RS e podem trazer novos reajustes à carne

Dados compilados pela Associação Gaúcha de Avicultura apontam queda de 21,1% nos abates de aves entre março e junho


Em linha com projeções do setor, em razão da escalada dos custos, o abate de carne de frango no Rio Grande do Sul encolheu 21,1% entre junho e março deste ano, aponta a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), com base na emissão de guias de trânsito animal emitidas. Em volume, isso representou 40 mil toneladas a menos entrando no mercado. O pé no freio do processamento foi a medida encontrada por empresas para tentar diluir gastos sobretudo com a ração animal, ampliados por conta da valorização do milho.

— Se os custos continuarem engolindo o setor, certamente haverá novas reduções — projeta José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav, sobre o cenário daqui para frente.

No dado mais recente da Embrapa Aves e Suínos, que é de junho, a alta acumulada em 12 meses nas despesas para a produção chega a 52,3%. No acumulado de 2021, fica em 18,47%, com a nutrição respondendo por 75% da composição dos custos. Ainda em fevereiro, diante das cotações em ascensão do milho, a Asgav chamava a atenção para a possibilidade de haver uma redução de até 30% no volume de frango processado no Estado. No recorte entre março e junho, o número de abates passou de 80,1 milhões para 63,1 milhões de aves — o que representa 17 milhões de animais a menos.

Com uma oferta menor e outros fatores pesando no desembolso (a pandemia e a crise hídrica acabaram tendo impacto sobre outros itens como embalagens, transportes e energia elétrica), não está descartada a possibilidade de novos reajuste no preço do frango ao consumidor. Com um histórico de produção em larga escala e acessível à população, a carne de frango tinha uma espécie de "teto" para aumentos que poderá, segundo a Asgav, vir a ser rompido. Reajustes na faixa de 25% a 30% não estão descartados.

Em junho, o valor do frango, conforme dados do Iepe/UFRGS, era 9,9% superior ao de março — a comparação da coluna é com o mesmo intervalo em que a redução de abates foi detectada.

Na comparação do primeiro semestre deste ano com igual período do ano passado, a queda no volume industrializado ficou em 5,5%, passando de e 402,2 milhões para 380 milhões de aves em 2021, índice de 5,5% a menos do total do ano passado, que foi de 402,2 milhões de aves abatidas. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) está revisando os dados de produção previstos para o país, como de praxe na metade do ano. A estimativa inicial era de um 2021 com volume até 5% maior do que o de 2020.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Tadeu Vilani / Agencia RBS