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Custos ameaçam travar avicultura
03/02/2021

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Cadeia produtiva do RS está pressionada pelos preços crescentes do milho e do farelo de soja

Depois de passar por uma situação diferente da que viveram as carnes bovina e suína, que conseguiram elevações históricas de preços no ano passado, a cadeia da avicultura espera que em 2021 haja uma retomada gradual da economia que favoreça o aumento do consumo do frango e que, principalmente, os custos com os grãos retornem a patamares que possam ser absorvidos pela indústria de maneira mais tranquila. “Precisamos uma reversão destes custos altos, para que não tenhamos problemas sérios de continuidade dos níveis de produção”, ressalta o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.

O dirigente diz que, mesmo que o setor tenha fechado 2020 com números positivos no Rio Grande do Sul – a exportação cresceu 15,8%, chegou ao total de 678,5 mil toneladas e gerou aumento de 1% no faturamento, que foi a 921 milhões de dólares, em relação ao ano anterior –, os altos preços do milho e do farelo de soja provocaram impactos na produção de larga escala. “O setor não conseguiu se capitalizar, apesar de ter mantido sua competitividade”, afirma Santos, dizendo que espera “redução de especulação” em relação ao grãos e ações emergenciais por parte do governo.

Segundo projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2021 a produção nacional de carne de frango deverá crescer cerca de 5,5% frente a 2020, atingindo 14,5 milhões de toneladas. O consumo per capita no Brasil está estimado em 47 quilos, 4,4% a mais do que o calculado para 2020, de 45 quilos. De acordo com perspectivas do Cepea/Esalq/USP, o poder de compra dos consumidores brasileiros tende a continuar enfraquecido, o que, por sua vez, pode favorecer as vendas de carne de frango, negociada a valores mais baixos que os das concorrentes.

Fonte: Correio do Povo