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Custo do milho e da soja tem alta significativa
27/06/2019

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Custo do milho e da soja tem alta significativa

As culturas de milho e soja estão cada vez mais caras para os produtores gaúchos. Nas cinco últimas safras, de 2014/2015 para 2019/2020, o custo da produção subiu em torno de 109,9% para o milho e 61,5% para a soja, em valores nominais, segundo cálculo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS). Somado a isto, a Federação prevê queda no preço dos dois grãos para esse primeiro semestre, com redução de 0,54% para a soja e de 1,36% para o milho, em comparação com o mesmo período do ano passado. "Se a comparativo também levasse em conta a inflação, a queda nos preços seria maior, o que traz preocupações ao setor", disse Paulo Pires, presidente entidade.

Para Tarcisio Minetto, responsável pelo estudo técnico que estima os custos de ambas lavouras, entre os fatores que incidem sobre o incremento das despesas de produção a tabela de frete é a principal. "Esta (tabela de frete) interfere diretamente na logística de escoamento da produção e de compra de maquinário e insumos", diz Minetto. Outro fator é e a elevação média de 10% no preço de insumos e máquinas agrícolas, estas cada vez mais tecnológicas e, consequentemente, mais caras.

Segundo o estudo da Fecoagro/RS, nos últimos 20 anos houve ganho de produtividade de mais de 100% nas culturas de milho e soja no Rio Grande do Sul, "porém, as conquistas em produtividade não estão suportando os constantes aumentos nos custos, o que vem reduzindo as margens de ganho", ressalta Minetto.

Embora a média de preços da saca da soja e do milho tenham passado de R$ 64,34 e R$ 24,53, respectivamente, na safra 2014/2015, para R$ 71,00 e R$ 30,00 nesta safra, que reflete em aumento de 10% e 19% no preços dos grãos, a rentabilidade de sacas por hectare diminuiu. Se há cinco anos a rentabilidade era 17,40 sacas para a soja e 10,98 para o milho, hoje não passa de 13 e 8 sacas, respectivamente. Percentualmente, a rentabilidade financeira na soja caiu 29,42% e, no milho, 34,33%.

Mesmo com a alta nos custos de produção, há uma janela de mercado favorável à cultura de milho, explica o presidente da Fecoagro/RS. Para Pires, a perda de 50 toneladas na produção de milho dos Estados Unidos, maior produtor e exportador do grão, incentiva o aumento de área plantada de milho no Estado, que passa a ter novas oportunidades de exportação e, mesmo com renda menor do que a soja, pode ter incrementos em seu valor de mercado. "O produtor está atento à essas questões externas e, em razão disso, acreditamos que esse seja o ano do milho", prospecta Pires.

Fonte: Jornal do Comércio
Crédito das imagens: Banco de Imagens ASGAV/Jornal do Comércio