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CTNBio avalia importação
06/10/2016
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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) decide hoje se autoriza a importação de duas variedades de milho transgênico dos Estados Unidos. A decisão será tomada uma semana após a isenção do imposto de importação do cereal ter sido prorrogada por mais 90 dias pelo governo. Aguardada pela indústria de carnes, devido ao preço do milho no Brasil, a importação provoca polêmica. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, considera “indispensável” a liberação para a alimentação de aves e suínos. “Temos que chegar vivos até a safra, que é colhida no início de janeiro. A liberação é uma questão de lógica”, observa. Conforme o dirigente, o milho dos Estados Unidos deve chegar ao país custando cerca de R$ 30 a saca. No Brasil, o valor supera os R$ 40. Para o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini, a liberação da importação tende a trazer um alívio para o setor. “O risco é desestabilizar o mercado e a motivação do produtor brasileiro para o plantio”, alerta. Membro da CTNBio, o professor Antônio Andrioli entende que não cabe ao órgão avaliar a importação de milho, a não ser para fins de pesquisa. Para ele, a atribuição é uma responsabilidade do Conselho Nacional de Biossegurança. “Foi uma tentativa do governo de colocar nas mãos de uma comissão de cientistas a responsabilidade que ele deveria assumir no seu conselho de ministros”, aponta. Do ponto de vista técnico, Andrioli alerta que não há garantias de que o material importado não venha a ser cultivado em solo brasileiro.
Fonte: Correio do Povo