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Cotações dos grãos perdem força
05/04/2017

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Os preços do arroz, milho e soja registraram quedas consecutivas nas últimas cinco semanas, segundo levantamento da Emater. A colheita em andamento é o principal fator para a desvalorização dos grãos, mas outras variáveis ajudam a explicar a depreciação. Os produtores de arroz, que esperavam que a cotação não fosse cair tanto em função de estoques muito baixos no país e de uma safra dentro da normalidade, têm acompanhado uma queda vertiginosa. Em 2 de março, o preço da saca do cereal era de R$ 48,53. Em 30 de março, a cotação média passou a R$ 40,34.
A soja sofreu o mesmo efeito. A saca passou de R$ 65,47 em 2 de março para R$ 60,38 no dia 30. Neste mesmo período, a saca de milho retrocedeu de R$ 27,67 para R$ 21,78. Para o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, além da sazonalidade, outros fatores que incidem sobre o preço são a queda nas cotações no mercado internacional e o custo do frete, como reflexo de uma “logística ruim” no Estado. O preço do transporte, que aumentou 26% até o Porto de Rio Grande, segundo levantamento da Assessoria Econômica da Farsul, é um agravante. “Quando o frete sobe, cai o preço dos grãos nas praças produtoras.”
O consultor em agronegócio Flávio França Junior diz que a diferença deste ano para os anteriores é que diversas variáveis estão ocorrendo ao mesmo tempo. Ele destaca a grande oferta de grãos no mercado mundial. “Os países sul-americanos estão colhendo muito bem, enquanto isso os Estados Unidos anunciaram que pretendem aumentar a área plantada de soja em 7%.” De acordo com o consultor, os fundos financeiros também decidiram, nos últimos dias, diminuir a exposição ao risco, investindo menos em commodities. Enquanto isso, no Brasil, a taxa de câmbio se mantém sem a força dos anos anteriores, com o dólar estabilizado na casa dos R$ 3,10. “Esses agravantes colocam mais água nessa fervura. Não é normal que todas estas variáveis atuem ao mesmo tempo”, avalia. Para a cultura do arroz, os produtores aguardavam uma menor desvalorização no primeiro trimestre comercial (março a maio), em função dos estoques muito baixos do cereal, mas a expectativa não se confirmou. O diretor comercial do Irga, Tiago Sarmento Barata, diz, no entanto, que a desvalorização pode ajudar a reduzir a importação e aumentar a exportação. Recentemente, o México abriu seu mercado para o arroz brasileiro.

Fonte: Correio do Povo