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Cotação cai no mercado futuro
01/11/2016
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Os produtores gaúchos de milho estão encontrando dificuldades, nos últimos dias, para travar preços acima de R$ 40 pela saca do grão, fato que há pouco tempo ocorria e era comemorado pelo setor em meio à valorização do cereal, que andou escasso em boa parte do ano. A mudança das cotações deve-se à perspectiva de aumento na oferta do produto com a entrada da nova safra em breve. O preço da saca no mercado futuro, hoje, oscila ao redor dos R$ 35. “O produtor até consegue travar preço, mas ele não quer pelo que o mercado está oferecendo”, afirma o presidente da Apromilho/RS, Cláudio Luiz de Jesus. Conforme o dirigente, a venda antecipada da colheita que começa em janeiro esteve forte até há 60 dias e muitos produtores aproveitaram para garantir preço. Apesar do cenário, ele confia que a cotação da saca do grão pode voltar ao patamar registrado recentemente, acima dos R$ 40. “Devido à estiagem que houve no centro do país, acredito que a demanda por milho até o mês de março vai ser muito favorável”, observa. Para o analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, a recomendação é ficar de olho no clima e tentar fechar contratos por valores próximos dos R$ 40 a saca. De acordo com ele, a alta no preço do milho — que chegou a estar cotado a R$ 50 — foi motivada por uma bolha de desabastecimento que tem poucas chances de se repetir na safra 2016/2017. “A área cresceu um pouco e os consumidores estão um pouco mais preparados para uma situação complicada”, observa. Outro fator que pode influenciar os preços é a safra dos Estados Unidos, que deve chegar a 380 milhões de toneladas. Molinari projeta preços entre R$ 35 e R$ 40 para o ciclo 2016/2017. O 1˚ Levantamento de Safra da Conab indica que o Brasil vai colher de 82,3 milhões a 83,8 milhões de toneladas de milho no ciclo 2016/2017. No mesmo período, o Rio Grande do Sul deve produzir de 5,1 milhões a 5,2 milhões de toneladas.
CUSTOS. O custo dos fertilizantes para a lavoura de milho aumentou 75,8% nas últimas seis safras no Rio Grande do Sul, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado pelo Ministério da Agricultura. Sementes e agrotóxicos também tiveram altas expressivas, respectivamente de 74,9% e 72,6%. Os fertilizantes têm a maior participação na composição dos custos, com 28,57%, seguidos pelas sementes, com 18,61%, e agrotóxicos, com 12,51%. Apesar da alta, que compreende o período de 2010 a 2016, o custo do produto registrou decréscimo na safra passada, alcançando um valor médio de R$ 683 por hectare, do total de R$ 2,3 mil que o produtor precisou desembolsar.
Fonte: Correio do Povo