Asgav Notícias

Contêineres refrigerados escassos afetam exportação brasileira
16/05/2017

voltar
Contêineres refrigerados escassos afetam exportação brasileira

Cargas congeladas que têm como destino a exportação enfrentam hoje, no Brasil, um enorme obstáculo para chegarem aos seus destinos: a falta de contêineres reefers (equipamentos isolados termicamente, que podem manter uma baixa temperatura no seu interior para preservar produtos perecíveis). Esse cenário está prejudicando as remessas de frutas, peixes, carnes de frango, bovina e suína, entre outros artigos. O presidente da Associação Gaúcha da Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, confirma que a reclamação quanto à falta dos contêineres reefers chegou à entidade através dos seus afiliados. "E o problema não é só no Rio Grande do Sul, é no País inteiro", alerta. O dirigente acrescenta que foi solicitada uma explicação para os armadores sobre a causa desse fenômeno, que vem sendo percebido desde o começo deste ano. "Mas estamos esperando até hoje, não sei o que está acontecendo e não se encontram respostas", lamenta. Freiberger receia que possa ser uma estratégia para elevar o preço dos fretes. Segundo o dirigente, o produtor não tem margem para absorver ou repassar esse custo extra, e, nos últimos dois meses, o tema vem se agravando. O integrante da Asgav argumenta que é difícil mensurar em números o prejuízo, mas são visíveis as perdas. Entre as implicações estão atrasos em embarques, quebra de contratos, interrupção de abates, pois as câmaras frigoríficas de estocagem de produtos ficam lotadas. Os principais destinos das exportações das empresas do setor de avicultura, com origem no Rio Grande do Sul, são países do Oriente Médio, da Ásia e da Europa. O gerente de logística da Languiru, Leonardo Guerini, confirma a carência de contêineres reefers. O executivo comenta que é um fato que já aconteceu outras vezes nesse período do ano, porém o que chama a atenção agora é que a falta de equipamento está demorando mais tempo para ser solucionada. Guerini diz que, normalmente, o assunto leva duas a três semanas, no máximo, para ser resolvido, e, neste ano, a questão se arrasta por meses. "Está complicado, bem complicado para o ramo", reclama. Guerini detalha que as opções são deixar de produzir para exportação e se voltar para o mercado interno, utilizar o estoque ou armazéns. No caso da Languiru, aproximadamente 40% da sua produção tem como destino o mercado externo. Usualmente, o grupo demanda de 70 a 80 contêineres refrigerados por mês.

Fonte: Jefferson Klein
Créditos da Imagem: TECON RIO GRANDE/TECON RIO GRANDE/DIVULGAÇÃO/JC