A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a previsão da colheita de grãos do Rio Grande do Sul neste ano. A estimativa caiu de 35,21 milhões de toneladas no 4° Levantamento da Safra, feito em janeiro, para 33,37 milhões de toneladas no 5°, divulgado ontem. A maior parte da diferença, de 1,84 milhão de toneladas, corresponde a perdas provocadas pela estiagem, que ainda não apareciam no levantamento anterior e foram detectadas no atual.

O superintendente regional substituto em exercício da Conab, Carlos Roberto Bestétti, confirma que a redução constatada até agora “está consumada”, indicando que não há como revertê-la. Admite preocupação, ainda, com o comportamento climático dos próximos dias, que pode piorar as coisas. Lembra que a lavoura da soja está em fase de florescimento e formação de vagens, que podem não se desenvolver se faltar chuva. O calor também prejudicar o cultivo. Temperaturas próximas de 40 graus paralisam o ciclo durante o dia. Nessas condições a planta murcha e nem sempre recupera todo o vigor com a queda da temperatura à noite.

Separada por culturas, a redução da estimativa entre o quarto e o quinto levantamentos é de 85 mil toneladas no arroz (de 7,384 milhões para 7,299 milhões), 923 mil toneladas no milho (de 5,977 milhões para 5,054 milhões), e de 555 mil toneladas na soja (de 18,608 milhões para 18,053 milhões). Se o prognóstico de todas as culturas for confirmado, o Rio Grande do Sul colherá neste ano 6,2% menos do que no ano passado. O cálculo considera também um possível recuo da colheita do trigo, que é cultivado no inverno, de 2,207 milhões de toneladas em 2019 para 1,981 milhão em 2020.

BRASIL
Apesar das perdas no Rio Grande do Sul, a safra brasileira de grãos se encaminha para mais um recorde, segundo a Conab. A estimativa é de uma colheita de 251,1 milhão de toneladas, com variação, para mais, de 3,8% sobre o resultado final de 2019. Isso acrescenta ao volume total 9,1 milhões de toneladas. As análises da companhia indicam que a área cultivada se expandiu 1,6 milhão de hectares e chegou a 64,8 milhões de hectares. Além disso, o clima vem sendo favorável ao milho e à soja, sobretudo nos maiores produtores entre os estados, como Mato Grosso e Paraná.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV