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Comitiva gaúcha participa de audiência pública com o BNDES no Rio de Janeiro
07/07/2023

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Comitiva gaúcha participa de audiência pública com o BNDES no Rio de Janeiro

Liderado pelo governo, grupo entregou proposta de negociação para o setor de proteína animal

Uma comitiva gaúcha participou de audiência pública com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na quarta-feira (5/7), no Rio de Janeiro. Liderada pela Casa Civil e pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec), da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR), a comitiva se reuniu com o diretor de Operações Financeiras do BNDES, Alexandre Abreu.

Formado por 25 integrantes, entre secretários de Estado, representantes de bancos, lideranças de entidades e deputados estaduais da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, o grupo buscou detalhar a gravidade da situação vivida pelos setores de proteína animal. Além disso, foi apresentada uma proposta de renegociação e concessão de uma linha emergencial de crédito para os segmentos de aves, suínos, bovinos e leite. Na ocasião, foi entregue a proposta oficial, assinada pelas lideranças, para o diretor do banco.

Após o relato contextual, Abreu elogiou a organização da comitiva, que compareceu com dados específicos de cada setor, ajudando a compreender o cenário. “Surgiram algumas ideias que ainda precisam ser avaliadas para ver se podem ser aplicadas nesse caso. Um exemplo é o uso de uma linha em dólar, cuja taxa de juro é bem mais reduzida, para quem exporta e tem recebíveis em dólar”, explicou.

O diretor não definiu um prazo de resposta, mas acrescentou que vai depender da consolidação das informações, que devem chegar em etapas. “Eu acredito que a solução não vem toda de uma vez, algumas coisas serão resolvidas mais rápido e outras, um pouco mais devagar”, disse.

Com a necessidade de fornecer informações para o BNDES, o titular da Casa Civil, Arthur Lemos, destacou que o ponto focal da ação estará na Sedec, pasta comandada por Ernani Polo.

Polo explicou que a linha Crédito Rural em dólar é recente e voltada para investimento, podendo ser adaptada para capital de giro, com juros de 7,5% (5% para o BNDES e 2% para a agência repassadora), com prazo de 10 anos e 2 de carência. “Seria uma medida mais célere diante da gravidade da situação enfrentada por essas atividades”, comentou.

O secretário ressaltou que a abertura política foi um dos ganhos desse encontro. “Nós vamos seguir o nosso trabalho, nesse caminho que fizemos junto ao BNDES, com o Congresso Nacional e com os Ministérios da Agricultura e Pecuária e da Fazenda. Ficamos à disposição para articular junto à bancada federal do Rio Grande do Sul e à Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha para avançar no fortalecimento de uma via sustentável para esses setores”, salientou.

O titular da Seapi, Giovani Feltes, mencionou que há outros mecanismos a serem construídos, como melhorias na legislação no âmbito do Congresso Nacional e elaboração de alternativas para diminuir a taxa de juros. “O setor é moderno, bem constituído, importante social e economicamente para o Rio Grande do Sul e para o país. Não é um setor que veio aqui sem perspectivas de futuro.”

O secretário-adjunto de Desenvolvimento Rural, Lindomar do Carmo Moraes, considerou o movimento válido e destacou que a continuidade do trabalho é o caminho viável para obtenção de êxito no pleito em prol da proteína animal.

Representando o setor de aves, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, saiu otimista do encontro. “Pelo tamanho da comitiva, ficou evidente a situação crítica do assunto. Essa organização precisa prosseguir para efetivação dessa ajuda, que é essencial para as cadeias da área de proteína animal”, comentou.

Grupo de Trabalho de Proteína Animal vai dar andamento à pauta

A reunião com o BNDES foi marcada pelo deputado estadual Miguel Rossetto, que participou da audiência pública. Também é resultado da ação do Grupo de Trabalho de Proteína Animal (GT de Proteína Animal), coordenado pelo titular da Sedec. Desde 14 de junho, data do primeiro encontro do GT, ocorreram três reuniões de alinhamento. As duas últimas foram para ajustar o pleito final para ser encaminhado ao BNDES.

“O governo está empenhado em amparar esses setores econômicos que estão sofrendo, há pelo menos dois anos, as consequências das estiagens no Estado e da crise potencializada pela pandemia”, disse Polo. “Isso tudo elevou os custos de produção, tornando a manutenção das atividades um desafio.”

O secretário destacou, ainda, a relevância desses setores na geração de emprego no Rio Grande do Sul. “São 100 mil empregos diretos e 800 mil indiretos, o que dispensa adjetivar a importância desses segmentos para a economia gaúcha”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Comunicação SEDEC
Créditos da Imagem: Jessica Alexandra/BNDES