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Cenário favorável à exportação brasileira
24/02/2017
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A projeção de crescimento do PIB mundial a uma taxa de 3% em 2017 deve trazer impactos positivos à exportação brasileira. Analistas acreditam que as vendas do agronegócio gaúcho para o exterior podem ter um desempenho melhor que as do ano passado, quando os embarques caíram 8,3% em relação a 2015, apesar de a produção de grãos ter chegado a 32,5 milhões de toneladas. “Também se espera, em 2017, uma retomada da valorização das cotações de grande parte das commodities”, diz o pesquisador em Economia da FEE, Tomás Torezani, ao lembrar que a elevação nos preços médios por tonelada, em 2016, foi de 2,8%. O analista de mercado Flávio França Junior concorda que há uma tendência de os preços subirem, apesar das grandes safras norte e sul-americanas. “O consumo global mantém-se em crescimento. A Ásia e a Europa estão demandando mais alimentos e são uma válvula de escape para a oferta que o Brasil tem”, afirma. Para ele, o país precisa ser mais competitivo no preço. “Com a soja, isso já acontece porque o preço é balizado pela exportação, mas com o milho isso não é automático. Em 2015 e 2016, o preço do milho ficou cima do referencial de exportação. Em 2017, o mercado vai ter que se ajustar para viabilizar negócios”, avalia. O consultor da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, diz que o agronegócio não tem se apoiado na questão cambial porque o momento do dólar não é favorável. Ao mesmo tempo observa que a projeção de uma safra recorde de soja no Brasil – 105,6 milhões de toneladas, segundo a Conab – cria expectativa de um volume grande de exportação. “Existe uma variável interessante, que é o protecionismo do governo dos Estados Unidos. Isso pode trazer reflexo positivo ao Brasil ao longo do ano, principalmente nas relações com a China”, considera Barabach. Torezani destaca que o mercado de carnes também deverá ser favorecido em 2017, pelos padrões de sanidade animal e porque, nos últimos anos, o governo brasileiro abriu e ampliou mercados. Para ele, no entanto, o agronegócio ainda precisa ter cautela pelas incertezas da política monetária dos Estados Unidos e pelos efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia.
Fonte: Correio do Povo