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Brasil tem tendência de exportação recorde de carne de frango em 2022
02/08/2022
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O País deve ter um novo recorde de exportações de carne de frango até o final de 2022. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os embarques tendem a crescer 6% neste ano, ultrapassando 4,7 milhões de toneladas. O recorde anterior ocorreu no ano passado, com 4,467 milhões de toneladas de carne de frango vendidas ao exterior durante de 2021.
Como resultado de um crescimento vertiginoso e sólido no mercado internacional nos últimos 26 anos, o Brasil é, com ampla vantagem, o maior exportador de carne de frango do mundo. Os Estados Unidos devem exportar 3,38 milhões de toneladas do produto neste ano, segundo dados do Departamento de Agricultura do país (USDA), e a União Europeia deve diminuir em quase 10% o volume de frango destinado ao mercado externo, com previsão de exportação de 1,67 milhões de toneladas.
O crescimento brasileiro para atingir domínio no mercado foi exponencial. Em 1996, o País exportou 569 mil toneladas de carne de frango. Em 2002, foram 1,26 milhões de toneladas. Em 2007, o setor já dobrava este número, com 3,28 milhões de toneladas embarcadas. Em 2015, a avicultura nacional ultrapassou a barreira das 4 milhões de toneladas pela primeira vez, com vendas de 4,22 milhões de toneladas.
A alta deve ser refletida também no Rio Grande do Sul. Detentor de uma parcela de cerca de 15% das exportações brasileiras, o Estado deve alcançar um crescimento médio de 5% a 7%, segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
“Já vimos um crescimento de 8% no primeiro semestre, chegando a 375 mil toneladas. Viemos acompanhando todos os meses e todos vem acusando um crescimento médio na ordem 5%, 6%, 7%. A tendência, permanecendo isso, é sim fechar o ano com um crescimento médio de 7% a 8%, mantendo esse cenário”, afirma o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos.
Segundo ele, a alta é puxada pelo cenário internacional, com a crise na União Europeia decorrente do conflito entre Rússia e Ucrânia e os surtos de gripe aviária de alta patogenicidade, que provocaram o sacrifício de milhões de aves na Europa e nos Estados Unidos.
Também é esperado um aumento para os embarques de carne bovina, prevista para a ordem de 15%, sendo estimado em 2,84 milhões de toneladas. Já o mercado de suínos apresenta uma desaceleração, principalmente pelo mercado chinês que vem recuperando paulatinamente sua produção. Com isso, as exportações apontam para uma ligeira queda de aproximadamente 2%, e sendo estimada em pouco mais de 1 milhão de toneladas.
Diante de uma produção estável em torno de 28 milhões de toneladas e mesmo com o aumento nas vendas ao mercado externo de aves e bovinos, a disponibilidade per capita de carnes no país se mantém acima de 90 quilos por ano - volume que garante o abastecimento brasileiro.
Para aves, a produção se mantém próxima a 15 milhões de toneladas, o que garante uma disponibilidade per capita de 48,6 quilos por habitante no ano. O índice, que atingiu o maior nível no ano passado chegando a 50,5 kg por pessoa, apresenta uma ligeira queda de 3%, dada a pequena redução da oferta, aumento das exportações e crescimento da população brasileira.
No caso de suínos, é esperada a maior produção para a série histórica, sendo estimada em 4,84 milhões de toneladas, um acréscimo de cerca de 3% na oferta do produto quando comparado com 2021. Esse cenário contribui para a tendência de leve aumento na disponibilidade per capita de carne suína no mercado brasileiro, saindo de 16,9 para 17,5 kg por habitante/ano, o que implica em maior oferta e pressão de baixa para os preços do produto.
Já a produção de carne bovina tende a manter o comportamento de redução na oferta, uma vez que a demanda no mercado interno está desaquecida. Ainda assim, devem ser produzidas 8,1 milhões de toneladas de carnes com expectativa para que a disponibilidade per capita fique em torno de 25 quilos por habitante/ano. O País já chegou a ultrapassar a produção anual de 10 milhões de toneladas em 2006 e 2007.
Fonte: Jornal do Comércio
Créditos da Imagem: DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP/JC