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Boa safra dos EUA pode reduzir preço no Brasil
26/10/2016

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A super safra de grãos que se configura nos Estados Unidos e que deverá chegar a 500 milhões de toneladas neste ano, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), terá efeitos prejudiciais à comercialização da safra de soja 2016/2017 no Brasil. Especialistas indicam que os problemas serão causados não só pela pressão sobre os preços, resultado do excesso de oferta, mas também pelo aumento da competitividade norte-americana nas exportações. O economista-chefe da Farsul, Antônio Da Luz, afirma que no panorama mundial a oferta de soja deve crescer 6,5%. O aumento da produção dos Estados Unidos está projetado em 8,7% e do Brasil em 5,7%. “Vai ganhar esta corrida quem for mais competitivo, no caso os Estados Unidos. Lá os custos de produção são 40% inferiores aos nossos e o frete custa pelo menos duas vezes menos,” diz. O professor de Economia da Unijuí, Argemiro Brum, entende que o produtor brasileiro vai amargar também com a variação cambial, em queda no país. “A recomendação que fazemos é para que o produtor fique atento às oportunidades no mercado futuro e feche contratos que lhe garantam alguma rentabilidade” destaca. Luiz Fernando Gutierrez Roque, da consultoria Safras & Mercados, não acredita que a entrada da soja norte-americana possa influenciar muito mais na queda de preço. “Chicago tem indicado que esta safra já está precificada e acreditamos que bushel deve se manter entre 9,5 a 10 dólares, com espaço para crescer um pouco até. O problema maior será realmente o câmbio”, projeta. Na questão do milho, os analistas concordam que as dificuldades serão menores e que a comercialização da safra deve se dar num quadro de maior tranquilidade, já que a demanda interna pelo cereal é grande.

Fonte: Correio do Povo