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Arroz, óleo e ovos: valorizados em 2020, como ficam neste ano
09/03/2021
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Em meio à pandemia, a alta de preços em produtos como ovos, arroz e óleo de soja se converteu em preocupação nacional. Com a colheita de grãos em andamento no Rio Grande do Sul, e a produção da proteína impactada por custos, a coluna quis saber quais as perspectivas de produção, oferta e valores neste momento para esses itens. Influenciados por variáveis que não podem ser controladas, vão da projeção de estabilidade à imprevisibilidade, mas dentro de novos patamares.
Depois de alcançar recordes, o arroz deve ter preços mais estáveis, pelo menos na entrada da nova safra, que se intensifica nas próximas duas semanas.
- É o momento de maior pressão (para baixo). Mas tendência é de estabilidade, com oscilações normais - avalia João Batista Camargo Gomes, diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Não se vê, no entanto, espaço para que se desçam o degrau alcançado em 2020, "até porque a questão do custo nem permite mais isso", reforça o dirigente.
Com área plantada levemente superior, o arroz deve ter uma produção normal, dando tranquilidade ao abastecimento.
A saca que chegou a históricos R$ 105,38 de média em outubro, segundo dados do Cepea/Senar-RS, tem ficado neste mês na casa de R$ 85, nível em torno do qual deve se acomodar. A título de comparação, em março de 2020, o valor era de R$ 49,81 - com boa parte da produção negociada nessa faixa.
No caso da soja, ingrediente da indústria de óleos vegetais, a perspectiva é de recuperação de oferta no Rio Grande do Sul, diante de uma safra "de normal a grande", observa Roges Pagnussat, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs). A capacidade de abastecer o mercado é retomada depois do recuo na produção de 2020.
Com procura em alta dentro e fora de casa, o grão deve manter a curva de valorização. Ontem, puxado pela variação cambial, teve disparada de preços.
- Com a demanda forte, o volume bom já exportado e o câmbio favorável, a indústria (doméstica, de processamento) acaba tendo de aumentar o patamar para conseguir reter o produto - observa Pagnussat.
Para o ovo, a mais acessível das proteínas animais, a projeção exige cautela. Em 2020, engatou uma alta de 54,6% no efeito imediato da pandemia, quando consumidores correram aos supermercados. Depois teve "sobe e desce", começando 2021 em baixa e agora voltando a se valorizar. A preocupação do setor vem da combinação de volatilidade do mercado com aumento de custos que já reduzem a produção de carne.
- O ovo é um produto que anda de mãos dadas com o frango. Tem uma margem histórica que consegue absorver de no máximo 15% - diz José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura.
Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV