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Após novo recorde, negócios parados
12/09/2016
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Com o volume de soja embarcado em agosto superior ao mesmo período de 2015, o Rio Grande do Sul renovou o recorde de exportações do grão para o acumulado dos oito primeiros meses de 2016, mas os negócios perdem o fôlego. Até agora, o Estado vendeu para o Exterior 8,13 milhões de toneladas, 2,5% acima do intervalo semelhante do ano passado, mas a aposta do mercado é de que, ao final de dezembro, o Exterior compre pouco mais de 9 milhões de toneladas. Em 2015, foram 10,6 milhões.
Com a queda dos preços pagos ao produtor, o agricultor, capitalizado, decidiu aguardar para vender depois. Outro fator que contribui para a redução dos negócios é a grande safra americana, que chega mais competitiva em relação ao grão brasileiro.
– As questões de mercado não estão estimulando a exportação de soja do Estado e o produtor está segurando. A venda pode ocorrer em janeiro, até para abrir espaço para a próxima safra – avalia José Antonio Mattos da Silva, gerente dos terminais Termasa e Tergrasa, em Rio Grande, pertencentes à CCGL.
Para Indio Brasil dos Santos, da Solo Corretora, de Ijuí, os embarques do país foram antecipados neste ano em função dos preços e também para escapar da concorrência da chegada da safra americana. O analista lembra que, enquanto por aqui o prêmio por bushel (27,2 quilos) está em US$ 1,75, nos Estados Unidos fica em US$ 0,95, o que favorece a procura pelo grão americano em detrimento do produto brasileiro.
– A demanda toda está olhando para os EUA – diz.
Santos lembra que, há poucos meses, o preço do saco de soja disponível em Rio Grande em negócios de mais curto prazo superava os R$ 90. Hoje, está na casa dos R$ 80.
O quadro deve fazer com que o RS tenha estoque de passagem acima do normal, neste ano, de pelo menos 2 milhões de toneladas.
Fonte: Zero Hora | Caio Cigana