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Após escândalo da JBS, governo quer reduzir concentração das indústrias de carne no país
29/05/2017

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Após escândalo da JBS, governo quer reduzir concentração das indústrias de carne no país

O gigantismo da JBS transformou-se em problema a partir do momento em que a empresa se envolveu em um dos maiores escândalos do país.

Ao se tornar líder mundial em processamento de proteína animal, a companhia dos irmãos Batista trouxe risco para todo o setor diante da incerteza sobre seu futuro.

Depois do leite derramado, o governo afirma estar estudando mecanismos para estimular pequenas e médias empresas, com o objetivo de reduzir a concentração do segmento.

A informação partiu do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que disse ainda estar sendo feito um mapeamento de plantas fechadas para possível reativação. Certamente, o principal foco seria o centro-oeste do país, onde há poucas empresas que atuam no abate de bovinos.

Para o Rio Grande do Sul, essa medida teria impactos diferentes. No caso de bovinos — a JBS não tem unidade no Estado —, a avaliação do Sindicato das Indústrias de Carne e Produtos Derivados (Sicadergs) é de que não existe concentração.

— Há 392 frigoríficos de bovinos. Com essa pulverização, não tem muito espaço para reabertura de unidades — opina Zilmar Moussalle, diretor-executivo do Sicadergs.

No ramo de suínos, a avaliação é semelhante. Não é preciso abrir mais plantas, mas qualificar as existentes, pondera Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips):

— Precisamos de empresas que busquem o mercado externo.

Tanto nos suínos quanto nas aves impera a relação de integração, em que as indústrias fomentam todo o processo produtivo, uma diferença em relação à venda de gado na região do Brasil central.

Nestor Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e diretor-presidente da Agrosul, diz que a dificuldade das médias e pequenas empresas é acesso a crédito.

— Essa não concentração que pretende o governo passa por não centralizar os financiamentos. Quanto mais desconcentrada a produção, melhor para a livre concorrência e para o consumidor — avalia Freiberger, que considera 30% de abates de aves no Estado na mão da JBS "muito elevado".

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Divulgação