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Apesar da boa safra, estoques de grãos ainda são baixos no Brasil
12/12/2016

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A produção mundial e interna de grãos avança bastante nesta safra 2016/17. Um dos resultados é a estimativa de uma melhora nos estoques mundiais de grãos.

Se essa melhora ocorre em termos mundiais, ainda não está tão clara no Brasil.

Os dados divulgados na última semana pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam que os estoques finais dos alimentos básicos ainda vão registrar patamares inferiores aos normais no país.

A produção de feijão retorna aos tradicionais 3,2 milhões de toneladas na safra 2016/17, mas o estoque de passagem desta safra para a próxima será de apenas 131 mil toneladas, suficiente para 15 dias de consumo.

A produção de arroz sobe para 11,5 milhões de toneladas, mas os estoques vão permanecer baixos, assim como foram na safra anterior.

Os novos números da Conab indicam que o país termina a safra 2016/17 com arroz suficiente para apenas mais sete dias.

A situação é melhor no caso do trigo. O consumo do cereal será de 10,7 milhões de toneladas neste ano, restando cereal suficiente para mais 41 dias no final da safra, em 31 de julho.

O cenário para o milho, produto que esteve na lista das preocupações da indústria de carnes neste ano, também melhora. Os estoques no final de 31 de janeiro estarão em 12,2 milhões de toneladas, 22% do volume consumido pelo país.

Esse percentual é melhor do que o dos Estados Unidos, onde os estoques finais representam 16% do consumo do país, e próximo do do resto do mundo, que é de 21%.

No caso da soja, os estoques finais da safra 2016/17 brasileira vão atingir apenas 6% do consumo interno. Esse volume é bem inferior ao dos Estados Unidos e ao do resto do mundo.

Os Estados Unidos, com a safra recorde que obtiveram neste ano, conseguiram elevar seus estoques finais para 12% do consumo. Já os estoques mundiais da oleaginosa somam 25% do que é consumido.

Novos números

O plantio de soja já atinge 95% da área a ser semeada no país, segundo a AgRural, de Curitiba. O cenário é bom, e a agência elevou as estimativas de produção para 102 milhões de toneladas.

Fonte: Folha de S. Paulo - Mauro Zafalon