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Análise dos custos de produção na avicultura e suinocultura no 1° trimestre de 2025: desafios e recomendações
21/05/2025
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O primeiro trimestre de 2025 foi marcado por forte pressão sobre os custos de produção nas cadeias de avicultura e suinocultura, com maior impacto nos sistemas independentes, mais vulneráveis à volatilidade dos preços de insumos. O milho e o farelo de soja, que compõem a base da alimentação animal, apresentaram oscilações significativas nas cotações, exigindo atenção redobrada à gestão econômica nas propriedades.
Suinocultura
Na suinocultura independente, a pressão sobre as margens foi intensificada pela instabilidade na receita, decorrente da alta volatilidade nos preços pagos ao produtor, e aumento significativo do custo da ração (+37,2%), que representa mais de 70% do custo operacional na atividade de ciclo completo. Como resultado, o custo de produção da atividade apresentou elevação de 20,0%, enquanto a renda bruta por animal apresentou uma elevação de 18,1%.
No caso dos sistemas integrados, os custos operacionais efetivos (COE) aumentaram 3,5% no primeiro trimestre de 2025. A alta foi puxada pelos itens “energia elétrica” (8,9%), “combustíveis” (10,2%) e “aquecimento das granjas” (4,1%). No mesmo período, a receita bruta por animal teve variação positiva discreta de 0,6%.
Avicultura
Na avicultura de corte, houve um aumento de 13,2% na receita, enquanto o custo de produção aumentou 4,3%, com destaque para o “aquecimento”, que registrou alta de (28,4%), impactando diretamente o desempenho dos sistemas integrados. Em contraste, a avicultura de postura comercial, apesar dos aumentos nos preços dos ovos impulsionados pela demanda aquecida, apresentou queda no poder de compra frente aos insumos, evidenciando que as margens estão sendo deterioradas. O custo de produção da atividade aumentou 2,5% no 1º trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.
Observa-se maior impacto na suinocultura de ciclo completo, evidenciando sua maior sensibilidade às oscilações nos custos, em especial com a alimentação dos animais.
No primeiro trimestre de 2025, observou- -se uma retração de 13,2% no poder de compra em relação ao farelo de soja e de 14,6% frente ao milho, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse movimento evidencia a pressão crescente sobre os custos de produção, que não foi compensada pelo aumento nos preços dos ovos no mercado. Na prática, mesmo com uma receita mais alta, a elevação proporcionalmente maior dos insumos essenciais para formulação da ração resultou em uma compressão das margens da atividade, exigindo atenção redobrada à gestão de custos por parte dos produtores.
Enquanto houve uma melhora de 3,3% no poder de compra do farelo de soja, a relação com o milho sofreu uma deterioração expressiva de 26,0%. Esse desequilíbrio reforça o peso crescente do milho como fator crítico nos custos de ração, impactando diretamente a rentabilidade do sistema. A pressão desse insumo sobre as margens evidencia um desafio comum às cadeias de suínos e aves, exigindo estratégias de gestão mais ajustadas ao novo contexto de preços.
Orientações aos produtores Diante de um ambiente produtivo cada vez mais desafiador, algumas estratégias tornam-se fundamentais para manter a sustentabilidade econômica das atividades:
Planejamento de compras de insumos, aproveitando períodos de preços mais baixos. É importante acompanhar a evolução da segunda safra de milho, que pode representar uma oportunidade de alívio nos custos no curto prazo.
Ajustes de manejo, com foco na eficiência alimentar e no bem-estar animal.
Otimização da ambiência nas instalações.
Monitoramento contínuo dos custos, com uso de ferramentas de gestão para tomadas de decisão mais assertivas.
Em tempos de incerteza, o que diferencia o produtor competitivo é a capacidade de transformar informação em decisão. E é exatamente aí que a gestão econômica e gerencial de custos se consolida como diferencial competitivo.
Fonte: Agrimídia
Créditos de Imagem: Agrimídia