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Acordo inicial entre Estados Unidos e China deve afetar exportações do agronegócio e da indústria no RS
20/01/2020
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Soja é um dos itens comprados no RS pela China, principal parceiro comercial do Brasil
Assinada neste mês, a primeira fase do acordo comercial entre americanos e chineses tende a provocar efeitos em Estados brasileiros com tradição exportadora como o Rio Grande do Sul. Caso os termos anunciados sejam cumpridos, o acerto deve reduzir as vendas externas de parte da indústria e do agronegócio gaúcho.
Mas os possíveis impactos não se resumem a perdas. Para analistas, a previsão é de que a trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China também diminua o nível de tensão que abalou a economia mundial desde 2018. Ou seja, a confirmação do alívio reduziria riscos internacionais à retomada da economia brasileira. E o Rio Grande do Sul pegaria carona nessa situação um pouco mais confortável.
O acordo inicial determina corte de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos da China. Em troca, os asiáticos têm de intensificar importações de mercadorias americanas. Em dois anos, os chineses precisariam comprar, no mínimo, US$ 32 bilhões adicionais em itens agrícolas dos Estados Unidos. Por isso, o agronegócio gaúcho tende a ser afetado.
Em meio à guerra comercial, a potência asiática passou a adquirir mais de parceiros como o Brasil para recompor o que deixou de obter do país de Donald Trump. Em território verde-amarelo, a China demonstra apetite, principalmente, por soja.
Estimativa do centro de estudos Insper Agro Global sinaliza que o Brasil pode perder US$ 10 bilhões em exportações do agronegócio à Ásia caso os termos do acordo inicial sejam cumpridos em sua totalidade. Até o momento, não há projeção para o eventual impacto no Rio Grande do Sul, já que as estatísticas do setor com recorte estadual sofrem defasagem em sua divulgação, frisam analistas.
– Quando as duas principais economias do planeta entram em conflito, o desempenho de todo o mundo desaquece. A sinalização de acerto é boa para todos. Mas o que também chama atenção é o fato de os Estados Unidos exigirem preferência nas compras feitas pela China. Isso é ruim para o Brasil – pontua Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul, a Federação da Agricultura do Estado.
Fonte: Gaúcha ZH
Créditos da Imagem: Omar Freitas / Agencia RBS