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A sanidade como fator de alta da receita das exportações brasileiras de frango
03/06/2022
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Entre os fatores conjunturais que estão postos no cenário global, há um que tem favorecido o Brasil: a disseminação da influenza aviária. Imune ao vírus — o país nunca teve casos da doença —, tem sido a opção segura encontrada por mercados que buscam garantir o fornecimento da carne de frango. Os registros aparecem com força inclusive em grandes produtores da proteína, como os Estados Unidos. E o resultado é um aumento de quantidade e ainda maior de receita dos embarques brasileiros. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que, no acumulado até abril, o volume cresceu 9% e o faturamento, 32,4%.
— Agora começa a entrar em um período de redução de incidência da influenza no Hemisfério Norte, em razão do verão. Mas foi muito severa nos EUA e com impacto grande no preço — avalia Ricardo Santin, presidente da entidade.
Há locais em que o valor da tonelada de frango chegou a dobrar em razão dessa crise sanitária, acrescenta o dirigente. No caso da produção de suínos, o Brasil também tem na condição sanitária diferenciada, sem casos da doença, um ativo. A procura pela proteína cresce e ajuda a compensar a calibragem da demanda da China. O país asiático retoma a produção interna, depois de ter tido o rebanho dizimado pela peste suína africana.
— Há um movimento global em busca da segurança alimentar, e também sob influência dos efeitos da guerra Rússia-Ucrânia — completa Santin, citando exemplos recentes como a suspensão da tarifa de importação de carne suína da Coreia do Sul e a abertura do México para a entrada de frango sem a taxa habitualmente cobrada.
O resultado desse apetite maior fez com que em maio o Brasil alcançasse uma cifra em torno de US$ 1 bilhão com as exportações de frango, ovos e carne suína — os números fechados do mês ainda estão sendo computados. A título de comparação, em todo o ano passado, a receita dos embarques desses produtos somou US$ 10,5 bilhões.
Essa vantagem sanitária, no entanto, exige contrapartidas. É preciso reforçar a vigilância em porto, aeroportos e fronteiras. Mas, principalmente, treinar e conscientizar o produtor.
O grande segredo do sucesso, reforça Santin, foi ter mantido as doenças longe do território — e da produção — brasileira.
Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Mateus Bruxel / Agencia RBS