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A medida que pode dar fôlego para a indústria de carnes do RS
20/05/2021

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A medida que pode dar fôlego para a indústria de carnes do RS

É esperada para amanhã a resposta do governo estadual para medida solicitada pelo setor de proteína animal na tentativa de amenizar um pouco a crise enfrentada por conta da elevação de custos. A proposta é para que haja diferimento de ICMS na entrada de milho importado de países do Mercosul. O recurso não reduz, apenas posterga o pagamento da alíquota de 12% para a etapa seguinte. Nesse caso, o recolhimento que seria feito na chegada do produto fica para o momento da venda do produto final (a carne). Pela proposta, apresentada em reunião, ontem, com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, a ferramenta se aplicaria a 500 mil toneladas e seria válida até 31 de dezembro.

- Não há nenhuma perda de arrecadação. Esse diferimento ajudaria aquelas empresas que não exportam ou exportam muito pouco e que estão sendo duplamente prejudicadas - aponta Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Estado (Sips).

O duplo prejuízo a que se refere é o cenário de vendas estagnadas, com encolhimento do capital de giro, ao mesmo tempo em que as despesas se mantêm - compra de milho, de farelo, alojamento de animais:

- O processo produtivo não pode ser interrompido.

Drama que tem sido ainda maior na produção de frango, que já contabiliza uma redução de 11,5% no volume de animais abatidos em abril em relação a março deste ano. Cenário que se reflete em perda de renda também ao produtor.

- As empresas estão diminuindo o alojamento de animais. Vai reduzir de um a dois alojamentos por ano. Isso diminuiu a rentabilidade. Muitos até gostariam de sair da atividade, mas o investimento em aviários e granjas é muito alto - alerta Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).

O recuo das indústrias está dentro do que projetava a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

- A situação ainda é muito delicada, porque não se consegue repassar a alta do custo. São apenas reposições parciais, até porque a própria população está descapitalizada - pondera José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav.

Conforme dados da Embrapa, o custo de produção subiu 39,78% nas aves e 44,55% nos suínos em 12 meses. O item de maior peso é a nutrição e tem relação direta com o preço dos grãos. Em maio, o valor do milho era mais do que o dobro de igual mês de 2020.

Lemos diz que serão feitos "todos os esforços" para viabilizar o benefício, visando "enfrentamento temporário". A audiência de ontem foi solicitada pelos deputados Elton Weber, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e Frederico Antunes, que é líder do governo.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV