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A atividade industrial gaúcha avançou pelo quarto mês seguido em agosto
05/10/2020

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A atividade industrial gaúcha avançou pelo quarto mês seguido em agosto

A pesquisa Indicadores Industriais do RS de agosto, realizada pela FIERGS, mostrou que a alta de 4,1% do Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS) em relação a julho, feito o ajuste sazonal, manteve a trajetória de recuperação iniciada em maio, depois do piso histórico atingindo no mês anterior. Apesar da sequência positiva (+24,7%), o índice ainda precisa crescer 5,6% para voltar ao nível de fevereiro de 2020.

A abertura do IDI/RS no mês mostrou que apenas o faturamento real caiu no período (-3,4%), numa acomodação do componente que exibia a trajetória de recuperação mais intensa (+44,8% nos três meses anteriores). Os demais tiveram resultados positivos: compras industriais (+3,7%), horas trabalhadas na produção (+3,4%), utilização da capacidade instalada- UCI (+2,3 p.p.), emprego (+1,9%), terceira alta seguida e recorde, e massa salarial real (+2,0%).

O IDI/RS, porém, continuou caindo nas comparações interanuais: -4,6% ante agosto de 2019 (11ª queda consecutiva nessa métrica) e -9,6% no acumulado de janeiro a agosto de 2020 ante o mesmo período do ano passado. A retração acumulada no ano é comum a todos os componentes do índice, sendo nas compras industriais (-15,9%) mais acentuada. O faturamento real (-10,0%), as horas trabalhadas na produção (-10,8%) e a massa salarial real (-9,8%) apresentam recuos similares, enquanto que, na UCI (-6,2 p.p.) e no emprego (-2,9%), as reduções são menos intensas.

Ainda na comparação com 2019, a queda da atividade industrial gaúcha foi generalizada no acumulado até agosto, atingindo 11 dos 16 setores pesquisados. Veículos automotores exercem o maior impacto negativo, ao cair 20,1%, juntamente com Couros e calçados (-25,1%), Tabaco (-15,6%) e Máquinas e equipamentos (-9,1%). Já as altas mais importantes vieram dos setores de Alimentos (+3,5%), Produtos de metal (+1,2%) e Bebidas (+1,4%).

Os resultados da pesquisa Indicadores Industriais do RS de agosto mostraram a continuidade do processo de retomada, impulsionado pelo paulatino afrouxamento das medidas de enfrentamento à pandemia, as mesmas que no seu ápice levaram às perdas históricas, ainda não recuperadas. A base muito deprimida, os programas emergenciais de estímulos do governo e a queda dos juros também explicam esse cenário.

As expectativas positivas para os próximos meses persistem assim como as incertezas. A indústria gaúcha deve continuar em recuperação, acompanhando a economia brasileira. Dependente da retomada da demanda doméstica, porém, o ritmo deve ser menor diante do desemprego elevado, da perda de renda, da redução do auxílio emergencial e do risco fiscal deixado pelo combate à crise, num cenário inda indefinido para doença. A demanda externa, com a crise econômica mundial, também não deve ajudar.

Fonte: FIERGS