Às vésperas do plantio de soja no Rio Grande do Sul, os produtores já venderam pelo menos 15% da safra futura. A quantidade é 10% inferior na comparação com o mesmo período do ano passado. Grande parte das negociações foram fechadas há cerca de dois meses, quando o preço da saca oscilava entre R$ 82 e R$ 97. No momento, a comercialização está parada. Segundo consultores, o produtor freou a venda porque os preços caíram. Atualmente, são praticados a menos de R$ 80. A retomada da comercialização deve acontecer no início do ano, na opinião do corretor de commodities agrícolas Aníbal Bastos. Para ele, o sojicultor deve aguardar a concretização da supersafra nos Estados Unidos (projetada em 110 milhões de toneladas), as definições sobre a demanda mundial e as condições climáticas. “A instabilidade política e econômica também podem influenciar o mercado. O melhor a fazer agora é deixar o barco andar”, orienta Bastos. O corretor Farias Toigo diz que, apesar da safra norte-americana estar se encaminhando para o recorde, a demanda por soja continua forte, principalmente na China. “Se houver qualquer problema com a safra nos EUA, as cotações voltam a subir na Bolsa de Chicago”, diz. No atual cenário, a Bolsa de Chicago opera a menos de 10 dólares o bushel de soja. “Até janeiro, deve haver melhora nos preços”, calcula. O presidente da Aprosoja/RS, Décio Teixeira, também diz que não é o momento de o produtor travar negociações. “Tem que acompanhar a variação de preços”, recomenda, ao destacar que o período ideal de plantio começa em 15 de outubro, quando o calor e a luminosidade estarão adequados para elevar a produtividade.

Fonte: Correio do Povo