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"Deve haver redução de oferta", diz dirigente sobre abastecimento de frango no RS
03/05/2024

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Maioria das empresas nas regiões afetadas pela chuva suspendeu ou suspenderá as atividades; bloqueios e dificuldade de acesso impedem transporte de animais e chegada de ração às propriedades

Com estradas bloqueadas e o nível da água subindo, o processamento de alimentos vem sendo afetado no Rio Grande do Sul, e o reflexo deverá aparecer em breve nos supermercados, com redução da oferta. Pelo menos essa é a projeção feita pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), já que empresas do setor estão com a operação reduzida ou suspensa. A quantidade exata ainda está sendo mapeada, mas apontamento indica 12 unidades com suspensão de um turno ou mais de abates.

- A Serra tá totalmente interditada, o Vale do Taquari também. Se não buscarmos alternativa de escoamento, já poderemos ter algum tipo de dificuldade. Desabastecimento total não vai ter, mas acredito que uma redução na oferta nos próximos dois, três dias - avalia José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav.

Além de unidades que estão alagadas, os bloqueios e isolamentos de diferentes pontos no Estado impedem o transporte de animais e também a chegada de ração às propriedades, razões pelas quais se estima essa dificuldade na oferta. Em Roca Sales, no Vale do Taquari, a JBS teve de paralisar as atividades da planta que trabalha com alimentos prontos porque a água chegou ao local.

Situação semelhante é percebida nas empresas de carne suína. Além de frigoríficos com problemas por conta das cheias, não é possível acessar diferentes regiões do Estado. Não é possível, também, levar ração. Isso deve provocar um aumento da quantidade de animais nas propriedades.

- Não tem condição de ir para o Interior para retirar a produção do campo. Cada dia que passa, é um problema adicional - reforça Rogério Kerber, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips).

Também há o drama dos funcionários, que enfrentam alagamentos e perdas onde vivem. Tudo isso impossibilita o funcionamento das unidades.

- Não depende das empresas, depende da infraestrutura pública para a remoção de barreira, recuperar pontes que caíram. Isso é coisa para dias - pondera Kerber.

Nas indústrias de lácteos, conforme o Sindilat-RS, 40% do leite captado no Estado está tendo problema de atraso, recebimento ou impossibilidade de coleta dos volumes nas propriedades.

- A situação é super complexa, as empresas estão hora a hora tentando cooperar, para que possam "beber" o leite mais próximo das suas fábricas, fazendo essa troca entre elas, para que a menor quantidade de produtores seja atingida, para que todo mundo consiga resgatar o leite - diz Guilherme Portella, presidente do Sindilat-RS.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Jefferson Botega / Agencia RBS