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Desemprego de longa duração: um desafio para o presente e o futuro
12/11/2021

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O desemprego está elevado no Brasil desde a grave recessão de 2015-2016. Contudo, a crise em decorrência da pandemia agravou um problema que persiste desde então, com sérias consequências sociais e econômicas para o país: o desemprego de longa duração.
O número total de desempregados, considerando a série com ajuste sazonal, passou de 12,2 milhões no 4º trimestre de 2019 para 14,9 milhões de pessoas no 2º trimestre de 2021, um aumento de 22,2%. No mesmo período, o contingente que busca por uma colocação há 1 ano ou mais passou de 4,7 milhões para 6,8 milhões (+45,0%), dos quais mais da metade (54%) segue desempregado há mais de dois anos, o equivalente a 3,7 milhões de pessoas, o maior valor já registrado. Por outro lado, o número de pessoas desempregadas há menos de 1 ano subiu apenas 8,0% nesse intervalo, passando de 7,5 milhões para 8,1 milhões.
Ficar muito tempo fora do mercado de trabalho pode fazer as pessoas perderem habilidades importantes para o exercício profissional, tornando cada vez mais difícil voltar a conseguir um emprego, ainda mais considerando os avanços e exigências tecnológicas do mundo atual. Além do grave problema social por conta da perda de renda e desalento, o decréscimo de produtividade provocado pela obsolescência do capital humano reduz o potencial de crescimento da economia no médio e longo prazo.
Portanto, o desemprego de longa duração é um desafio para o presente e para o futuro. Não somente as pessoas nessa situação são prejudicadas, mas o país como um todo perde na forma de menor potencial de crescimento econômico e, consequentemente, menor geração de renda e prosperidade.

 

Fonte: PNAD-C/IBGE. Elaboração: UEE/FIERGS