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Atividade industrial gaúcha inicia o segundo trimestre em queda
10/06/2021
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A pesquisa Indicadores Industriais do RS, realizada mensalmente pela FIERGS, mostrou que o Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS), termômetro do nível de atividade do setor, recuou 1,0% em abril, na comparação com março ajustada sazonalmente. Essa foi a terceira redução seguida, perdendo 2,1% neste período.
A queda nesta métrica foi puxada por três dos seus seis componentes: compras industriais (-9,1%), faturamento real (-4,5%) e horas trabalhadas na produção (-1,5%). Apenas a massa salarial real (+0,3%) cresceu, enquanto o emprego e a utilização da capacidade instalada (UCI), que atingiu 82,3% em abril, ficaram estáveis em relação a março.
O cenário muda completamente nas comparações com 2020, que mostraram taxas de crescimento recordes, em grande parte, por conta do efeito estatístico devido à base deprimida também histórica do mesmo período do ano passado: +34,9% relação a abril e +15,7% no acumulado dos primeiros quatro meses do ano. Para se ter uma ideia desse efeito, o IDI/RS está em 2021, apenas 2,1% e 5,4%, respectivamente, acima dos períodos equivalentes de 2019. Portanto, as taxas anuais devem perder força ao longo do ano à medida que as comparações ocorram com bases mais altas.
Na comparação com os primeiros quatro meses de 2020, o crescimento do IDI/RS é generalizado tanto do ponto de vista de seus seis componentes – apenas a massa salarial real recuou (-0,2%) – quanto dos dezesseis setores pesquisados – apenas Máquinas e materiais elétricos caiu (-7,9%) –.
Destaque, no primeiro caso, para as compras industriais (+37,3%), para o faturamento real (+18,7%) e para as horas trabalhadas na produção (+18,2%). Já o emprego cresceu 3,6% e a UCI aumentou 7,4 p.p..
Entre os setores, as maiores influências vieram de Máquinas e equipamentos (+36,8%), puxado pelo segmento de Máquinas e implementos agrícolas (+44,7%), Produtos de metal (+30,4%), Alimentos (+5,6%) e Veículos automotores (+14,6%).
A pesquisa Indicadores Industriais do RS de abril consolidou um quadro de desaceleração da atividade industrial gaúcha na margem, ainda que em patamares elevados depois de meses de expressivas altas consecutivas. A escassez e a elevação dos custos dos insumos e matérias-primas são, nesse início de ano, os principais limitadores do desempenho do setor em meio à crise sanitária e à diminuição dos auxílios governamentais.
Apesar disso, num cenário esperado de normalização gradual na cadeia de suprimentos, as perspectivas para a indústria gaúcha seguem positivas, ancoradas, em diversos fatores como a reabertura das atividades econômicas, a redução do isolamento social, o aumento da demanda externa e a grande safra agrícola nacional.
Fonte: FIERGS