O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pretende iniciar um diálogo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para preservar o funcionamento dos frigoríficos antes de serem recomendadas interdições pelo registro de casos de Covid-19 nas plantas. Foi o que adiantou o secretário da Agricultura, Covatti Filho, ontem, ao final de uma videoconferência com representantes da Secretaria Estadual da Saúde, da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, sobre a situação específica Rio Grande do Sul.

Covatti afirma que o Mapa visa a construção de medidas orientativas antes da judicialização, considerando o prejuízo que o fechamento de plantas de proteína animal pode trazer, tanto para o produtor rural quanto para abastecimento interno de alimentos e as exportações.

Segundo Covatti, também será solicitado às prefeituras que divulguem com mais presteza seus planos de contingência, medidas adotadas em cada localidade e dados sobre contaminação. O secretário reconheceu que as ações cogitadas pelo governo do Estado no último sábado para o setor frigorífico ainda estão em estudo. O assunto voltará a ser discutido hoje, em reunião entre Agricultura, Saúde, MPT e PGE.

“Queremos formar uma força tarefa para atuar especificamente nos problemas desde segmento”, revelou o secretário.

O Mapa divulgou ontem um manual com 72 recomendações sanitárias, entre elas práticas de higiene, cuidados nas refeições e vestiários, uso de EPIs e restrições de transporte. “A maioria das medidas do manual do Mapa já estão sendo contempladas pelo Estado na portaria 283 da Secretaria da Saúde, que estabeleceu normas de operação para todas as indústrias durante a pandemia”, observou Covatti Filho.

No Rio Grande do Sul, quatro plantas deixaram de operar a pleno, por decisões da Justiça ou acordos com os Ministério Públicos Estadual e do Trabalho. JBS, de Passo Fundo, e BRF, de Lajeado, estão totalmente interditadas. Ontem, os trabalhadores da JBS fizeram carreata pedindo a reabertura da indústria. Além delas, a Minuano, de Lajeado, e a Nicolini, de Garibaldi, funcionam parcialmente, atendendo a Termos de Ajuste de Conduta (TAC).

Fonte: Correio do Povo
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