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Milho: Produtores elogiam programa
28/06/2019

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Milho: Produtores elogiam programa

Entidades ligadas à cadeia produtiva e de consumidores elogiaram a iniciativa do governo do Estado de criar o Programa de Produção e Qualidade do Milho, em fase de elaboração. Mas, ao mesmo tempo, cobram efetividade quanto às propostas para que o Rio Grande do Sul saia da condição de importador do grão para a autossuficiência. “É uma boa ideia. O programa vai ajudar muito o Estado, mas desde que as ações tenham acompanhamento efetivo do governo. Não queremos que se crie um programa só por criar”, cobrou o diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, que esteve entre as 50 lideranças que repassaram sugestões à Câmara Setorial do Milho, na quarta-feira, na Secretaria da Agricultura.

Para Santos, há trabalhos que precisam ser fortalecidos, como a orientação para a elevação da produtividade e ações junto às armazenadoras para aumento da qualidade dos processos de secagem e beneficiamento. “Um grão de mais qualidade se converte em uma alimentação mais nutritiva aos animais”, observa. Santos acrescenta ainda que, apesar de os gaúchos estarem entre os maiores produtores de aves do país e do mundo, só não conseguem se colocar melhor no ranking por conta da defasagem interna da proteína vegetal e por que os custos para fretar o grão de outros Estados é alto.

O presidente da Associação dos Produtores de Milho (Apromilho/RS), Ricardo Meneghetti, que também elogiou a “agilidade do governo em procurar resolver o problema”, defende que o programa ajude a melhorar a etapa da pós-colheita até a estocagem do grão. “O milho perde a qualidade porque parte dos armazéns não tem capacidade de beneficiamento na velocidade com que a colheita acontece”, comenta Meneghetti, ao alertar para a necessidade de modernização das empresas recebedoras. Para isto, o secretário da Agricultura, Covatti Filho, sinalizou que haverá uma discussão com instituições financeiras para criação de linhas de financiamento. Meneghetti acredita também ser necessário discutir, dentro do programa, a parte tributária envolvendo a movimentação do grão no Estado.

Enquanto isso, o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Elmar Konrad, chamou atenção para o aspecto da irrigação, uma vez que produzir o grão envolve riscos pelos altos custos e pelas condições climáticas adversas no Estado. “Com irrigação, o Rio Grande do Sul dobra a produção”, considera. Konrad defendeu a desburocratização das licenças ambientais para instalação dos pivôs e a necessidade de melhoria da energia elétrica no campo. Disse que o programa também precisa criar uma campanha de divulgação dos benefícios do milho no rodízio de culturas e na conservação do solo.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV