O Rio Grande do Sul espera completar, em 2021, a recuperação do terreno perdido no mercado externo, já iniciada neste ano.

A estimativa da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) é de que 2020 termine com 647 mil toneladas de frango embarcadas, mais perto de retomar a marca de 2018. No acumulado até novembro, o volume exportado pelo Estado cresceu 18,6% ante 2019, e a receita, 2,9%. No país, em igual período, houve leve alta em quantidade, 0,7% e recuo de 12,8% no faturamento.

- Acho que estamos no caminho da recuperação - diz José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da ASGAV.

A perspectiva está embasada nos novos investimentos feitos por indústrias no Estado e na aposta de que se tenha uma solução para a pandemia.

Assim como no país, a China foi o principal destino das vendas de frango do RS - terceiro maior exportador entre os Estados, atrás de Santa Catarina e Paraná. São sete plantas em território gaúcho credenciadas para atender a demanda do país asiático.

O tombo no volume da produção gaúcha embarcada em 2019 veio como reflexo de questões como a suspensão de unidades pela União Europeia e um entrave com a Arábia Saudita, pontua Santos.

No próximo ano estão depositadas também as esperanças de que se chegue ao equilíbrio nos preços de itens como milho e farelo de soja, que acumulam altas de 99% e 110% nos últimos 12 meses. Dados da Embrapa Suínos e Aves mostram aumento de 41,43% nos custos de produção de frango em igual período.

A tendência é ter melhores condições de produção - aposta o presidente-executivo da ASGAV.

Essa situação seria resultado de uma esperada desaceleração de preços dos grãos e de alternativas buscadas pelo setor para a alimentação dos animais.

Um dos movimentos que tem no ex-ministro da Agricultura Francisco Turra um dos porta-vozes, foca na produção de cereais de inverno como maneira de melhorar a equação. Na semana passada, um webinar tratou do tema, com apresentação de pesquisas conduzidas pela Embrapa.

- Veem potencial para chegar a 1,8 milhão de hectares com produção no inverno, em RS e SC - diz Turra.

Para ele, foi a segunda safra de milho que ajudou o Paraná a chegar à liderança na produção de aves, duplicando os abates nos últimos 15 anos.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV