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Governo federal adia anúncio do Plano Safra
07/06/2019

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Governo federal adia anúncio do Plano Safra

O Ministério da Agricultura adiou o lançamento d o Plano Safra 2019/2020, previsto inicialmente para o dia 12 de junho. O anúncio ocorre a poucos dias do início do novo ano-safra, que começa em 1° de julho. O adiamento, confirmado pelo secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio Marques, deve-se à não votação do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 4, de 2019, que autorizava operações de crédito para financiar esse e outros programas do governo federal.

“Vamos esperar o Congresso aprovar para depois marcar a data (de lançamento). Mas o anúncio do Plano Safra, em si, não é o importante, isto pode acontecer lá na última semana do mês. O que precisamos mesmo é termos a garantia de que o dinheiro estará nos bancos a partir de julho”, disse Marques, ontem, ao Correio do Povo. O PLN 4 prevê um valor de R$ 248 bilhões, sendo R$ 7,1 bilhões destinados ao Plano Safra e despesas do Mapa.

Sem uma nova data anunciada, entidades do agronegócio demonstram preocupação com os possíveis contratempos caso o recurso não chegue à rede bancária a tempo para o preparo das lavouras. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, afirma que os parlamentares, ao não terem votado o PLN na quarta-feira, conforme previsto, “tornaram o anúncio do Plano Safra perigoso”, uma situação que não se viu nos últimos anos. “E se o Congresso votar contra? Por que deixaram fazer um orçamento descolado da realidade e, uma vez fazendo isto, por que não votaram na quarta-feira?”, questiona o economista, ao comentar que a origem do problema está em um orçamento que foi feito em 2018.
O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, também manifestou preocupação em relação ao embaraço. Ele lembra que a aquisição de insumos, como sementes e fertilizantes, ficará prejudicada, bem como o preparo das lavouras, se os bancos não tiverem os recursos para liberar a partir do dia 1º do próximo mês.

Sobre a preocupação do setor em relação a um possível atraso ou mesmo a não aprovação do texto, o secretário de Política Agrícola disse que “sempre há riscos”, mas que “não se trabalha com esta hipótese”, já que o crédito suplementar atenderá inúmeras áreas, inclusive programas sociais. A respeito das taxas de juros, Sampaio diz que não é possível adiantar as informações. No entanto, reconheceu que “talvez sejam necessários ajustes em algumas linhas, priorizando pequenos e médios produtores”.

Fonte: Correio do Povo
Créditos da Imagem: Canal Rural