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Aves: Ano será dedicado à retomada de mercados
29/03/2019

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O ano de 2019 será marcado pela tentativa de reabrir mercados que suspenderam ou diminuíram a compra de carne de frango do Brasil, segundo o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), Nestor Freiberger. Entre as prioridades estão a União Europeia, China e Arábia Saudita. No Rio Grande do Sul, o segmento encarou queda de 25% no volume das exportações e de 28% no faturamento em 2018. No Brasil, a receita obtida com os embarques ao exterior teve um decréscimo de 9,9% no ano passado. "Tradicionalmente o Estado sempre foi um grande exportador, por isso a queda foi maior na comparação com o país", explicou Freiberger.

A expectativa é de que uma missão comandada pelo Ministério da Agricultura visite a Arábia Saudita com o objetivo de reabilitar as plantas descredenciadas em janeiro deste ano. Na ocasião, 33 frigoríficos brasileiros foram desabilitados, dos quais cinco estavam exportando de fato - um deles é a planta da BRF em Lajeado. Segundo Freiberger, a decisão está relacionada ao protecionismo e à tentativa daquele país de estimular a produção local. No entanto, o dirigente defende cautela no que se refere à mudança da embaixada brasileira em Israel, que não é vista com bons olhos pelos árabes. "Mingau quente se come pelas beiradas. Vamos com mais calma, falar menos, negociar mais, jamais fechar o diálogo", recomendou.

Quanto à União Europeia, que reforçou medidas sanitárias contra o Brasil após a Operação Carne Fraca, em março de 2017, o presidente da Asgav considera que todos os problemas apontados pelo bloco já foram sanados pela indústria. Com relação à China, o foco é buscar a habilitação de novas plantas. O México habilitou 26 novas plantas em 2018, mas os embarques ainda não iniciaram devido a uma discussão sobre as cotas de importação daquele país. Entre os fatores apontados para explicar a queda das exportações em 2018 está ainda a greve dos caminhoneiros. Por isso, o segmento acompanha com atenção a possibilidade de uma nova paralisação. O Rio Grande do Sul exportou, ao longo do ano passado, 554 mil toneladas de carne de frango, obtendo um faturamento de 860,35 milhões de dólares. A boa notícia ficou por conta da exportação de ovos, que cresceu 60%, chegando a 3,9 mil toneladas.

Em meio a um cenário de restrições nas exportações, o mercado interno é visto como fundamental. Freiberger observa que o consumo reagiu nos últimos meses, após registrar queda em razão da instabilidade econômica vivida pelo país, o que "equilibrou" o setor.

Outra notícia positiva para a agroindústria é o desempenho da safra gaúcha de milho, principal componente da ração animal, que, segundo a Emater, deve crescer 22%, para 5,5 milhões de toneladas. Ainda assim, a estimativa é de que haja um déficit, para a avicultura, calculado em 1,5 a 2 milhões de toneladas. De acordo com Freiberger, o setor aposta em contratos futuros, que já estão sendo firmados por empresas associadas à Asgav junto a produtores do grão. Ao mesmo tempo, acredita que a utilização do trigo na ração animal deve crescer.

Fonte: Correio do Povo