Asgav Notícias

Aval para acionar a China na OMC
13/07/2018

voltar
Aval para acionar a China na OMC

O sinal verde dado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) para que o Brasil recorra à Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a China é considerado um passo importante pelas indústrias de aves. O órgão do governo federal autorizou o início de estudos para comprovar indícios de ilegalidade por parte dos chineses. No mês passado, eles comunicaram a decisão de taxar frango importado de empresas brasileiras sob a alegação de prática de dumping.

O levantamento de dados é a primeira etapa para se verificar a viabilidade de processo na OMC. Além do frango, o Planalto estudará o descumprimento da China na aplicação de salvaguarda contra o açúcar brasileiro.
- Ter autorização da Camex é o grande momento em um processo como esse. É bem complexo você comprovar que não praticou dumping - diz Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa as indústrias e que irá providenciar essa pesquisa.

O material, feito por escritório de advocacia especializado no tema contratatado pela entidade, já está pronto. Foi produzido justamente para que o Brasil se defendesse na investigação inicial aberta pelo governo chinês, a pedido de produtores locais.
- Comprovamos que não houve prática de dumping - garante Turra.

Ainda assim, o país asiático adotou, de maneira provisória, a tarifação do produto brasileiro - que varia de empresa para empresa e pode chegar a até 38,4%. A decisão final deve sair no próximo mês. Ainda que um processo na OMC seja demorado, podendo se arrastar por mais de dois anos, a ABPA avalia a medida como necessária, porque pode haver consequências para o país alvo da ação a qualquer momento.

A imposição da tarifa é vista como uma medida comercial e vem no momento em que o país asiático está envolvido em uma batalha direta com os Estados Unidos.

Ao impor a tarifa, a China acentuou a crise vivida pelo setor de proteína animal, que vem registrando perda de receita e recuo nos volumes embarcados em razão de conjunto de fatores, que incluem as operações Carne Fraca e Trapaça, a greve dos caminhoneiros e a suspensão de unidades pela União Europeia.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Banco de Imagens ASGAV