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Arábia Saudita barra importação de frango de 5 frigoríficos brasileiros
22/01/2019

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A Arábia Saudita barrou a importação de carne de frango de 5 dos 30 frigoríficos do Brasil que forneciam para o país, afirma a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O mercado saudita é o maior comprador desse produto brasileiro.

Segundo a entidade, o governo foi comunicado da medida pelos árabes na última segunda-feira (21). A ABPA afirmou que o embargo foi causado por "critérios técnicos", mas não especificou quais.

O Ministério da Agricultura não comentou a suspensão, apenas divulgou quais são os frigoríficos autorizados atualmente (veja a lista ao fim da reportagem).

De acordo com a ABPA, entre as unidades suspensas, uma é da JBS e outra é da BRF, que estão entre as maiores do setor.

Ambas as empresas têm outros frigoríficos que continuam liberados para exportar para a região. Procuradas, elas não comentaram o assunto.

Inspeção em outubro

A decisão foi tomada após uma missão técnica de inspeção feita em outubro passado pela autoridade sanitária saudita (SFDA Saudi Food and Drug Authority), informou o Itamaraty.

O presidente da ABPA, Francisco Turra, esteve em Brasília nesta terça (22) para se reunir com o Ministério da Agricultura. Ele disse ao G1 que, ao todo, 58 frigoríficos estavam habilitados a vender frango para a Arábia Saudita, mas somente 30 estavam exportando.

Turra afirmou que não podia informar quais são todas as 5 unidades suspensas porque ainda não tinha recebido o comunicado sobre o embargo.

Ele disse que, por conta disso, também não é possível mensurar o impacto da medida na exportação de frango para a região. "Pode ser que eles passem a comprar mais de outros frigoríficos", observou.

A Agricultura informou que os 25 frigoríficos que permanecem autorizados a exportar para a Arábia responderam por 63% das vendas de frango do Brasil para aquele país em 2018, o que corresponde a 437 mil toneladas.

Embaixada

"O pessoal está se antecipando ao inimigo", disse nesta terça o vice-presidente Hamilton Mourão, ao responder a uma pergunta sobre se a decisão da Arábia Saudita seria uma retaliação à intenção do governo de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Na declaração, Mourão não deixou claro se ao falar em "pessoal" estava se referindo à Arábia Saudita. Procurada pelo G1, a assessoria da Vice-Presidência informou que ele se referia a "analistas e comentaristas de mercado".

Para o presidente da ABPA, não há motivo político para a suspensão. Francisco Turra destacou que, no mesmo comunicado enviado ao governo, as autoridades árabes deixaram aberta a possibilidade de que frigoríficos ainda não habilitados peçam esse aval ao governo brasileiro.

Frango halal

Em 2018, o Brasil enviou para a Arábia Saudita 486,4 mil toneladas de carne de frango, o equivalente a 12,1% do total embarcado no ano.

A China foi o segundo maior mercado e, na última segunda, acertou com exportadoras um acordo para encerrar uma disputa por conta do preço.

Veja os maiores importadores de carne de frango brasileira no ano passado:

A carne comprada pela Arábia Saudita segue os princípios do Islã tanto no abate, quanto na produção e é chamada de halal.

Para produzir esse tipo de carne, empresas brasileiras tiveram que adaptar suas fábricas e efetivo.

Os animais devem ser mortos com o peito direcionado para a Meca e os sangradores têm que ser muçulmanos praticantes, por exemplo. O Brasil é o maior exportador de frango halal do mundo.

Veja a lista dos frigoríficos autorizados atualmente a exportar frango para a Arábia Saudita, segundo o Ministério da Agricultura:

1 - BRF, Dourados (MS)
2 - BRF, Videira (SC)
3 - BRF, Capinzal (SC)
4 - SHB (BRF), Francisco Beltrão (PR)
5 - SHB, Buriti Alegre (GO)
6 - SHB, Dois Vizinhos (PR)
7 - SHB, Nova Mutum (MT)
8 - Frigorífico Nicolini (BRF), Garibaldi (RS)
9 - JBS, Passo Fundo (RS)
10 - JBS, Montenegro (RS)
11 - Seara (JBS), Brasília (DF)
12 - Seara, Campo Mourão (PR)
13 - Seara, Itaiópolis (SC)
14 - Seara, Amparo (SP)
15 - Seara, Itapiranga (SC)
16 - Seara, Ipumirim (SC)
17 - Vibra Agroindustrial, Itapejara D'Oeste (PR)
18 - Vibra Agroindustrial, Sete Lagoas (MG)
19 - Vibra Agroindustrial, Pato Branco (PR)
20 - Jaguafrangos, Jaguapitã (PR)
21 - Zanchetta Alimentos, Boituva (SP)
22 - Bello Alimentos, Itaquiraí (MS)
23 - Frigorífico Nova Araçá, Nova Araçá (RS)
24 - DIP Frangos, Capanema (PR)
25 - LAR Cooperativa Agroindustrial, Matelândia (PR)

Fonte: G1