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Após alta de 8,9% no RS, PIB agropecuário deve cair 3%
07/12/2017

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Após alta de 8,9% no RS, PIB agropecuário deve cair 3%

Depois de crescer 8,9% neste ano, quando o Rio Grande do Sul colheu a maior safra de grãos da história, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deverá ter redução de 3% em 2018 no Estado. O cenário, previsto pela Federação da Agricultura (Farsul), é resultado de base alta de comparação com 2017.

- Tivemos uma safra espetacular em termos de produção, com investimentos em tecnologia e ajuda do clima também - avaliou Gedeão Pereira, vice-presidente da Farsul.

A safra histórica em todo o Brasil, com a produção de soja como carro-chefe, garantiu o superávit da balança comercial brasileira. Apesar da colheita recorde, superior a 36 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, o faturamento do setor registrou queda de 7% na comparação com o ano anterior, em razão dos preços menores de produtos como soja, arroz, milho, leite e carne bovina.

- A queda de 25% nos preços não compensou o aumento da safra - comparou Gedeão.

A redução dos valores tem relação, entre outros fatores, com o menor poder de compra da população, que reduziu o consumo de alguns alimentos.

- A crise do país afetou o agronegócio de formas distintas. A volatilidade do câmbio e a falta de crédito para financiamento também prejudicaram o setor - avaliou Antônio da Luz, economista- chefe do Sistema Farsul.

PROVÁVEL ALTA DO CONSUMO NÃO ANIMA

Além da recessão econômica do país, o agronegócio foi impacto pela Operação Carne Fraca e pelo escândalo da JBS, que derrubou as cotações da pecuária de corte ao longo do ano.

- O fator positivo é que a pecuária gaúcha saiu mais ilesa do que a nacional, já que o Rio Grande do Sul não tem plantas de carne bovina da JBS - ponderou Gedeão.

Para 2018, com a previsão de retomada da economia brasileira, a expectativa é de que o consumo das famílias volte a crescer.

- Por conta disso, a expectativa é de que as cotações melhorem, mas as margens de lucratividade ainda deverão permanecer baixas - diz Luz.

A projeção é de safra de grãos 6,3% menor no próximo ano no Estado, com pouco mais de 34 milhões de toneladas. Mesmo assim, se a marca se confirmar, representará a segunda maior colheita da história. O único receio é em relação ao possível impacto do fenômeno La Niña.

Fonte: Zero Hora
Créditos da Imagem: Zero Hora